luz em suspensão: tirante, por claudia moreira salles
11/09/2024
Com base em concreto, haste e braço em alumínio pintado, cúpula e detalhes em cobre, latão ou verde índico, e sistema de travamento em corda e madeira, tirante materializa-se a partir de diferentes materiais para cada uma de suas funções. possui conjunto óptico bastante sofisticado proporcionando grande abertura do facho e excelente controle de ofuscamento. ideal para ambientes com pé direito duplo ou mesas de jantar onde não existe ponto de iluminação no teto.
Claudia Moreira Salles conta de onde veio a ideia, quais as intenções no desenho e de que forma o seu trabalho pode ser considerado também obra de arte.
Vista lateral da luminária.
Fotografia: Nelson Kon
lumini: tirante, na engenharia e construção civil, é um conceito ligado a elementos estruturais, que têm por função resistir a forças ou tensões de tração. por que esse nome foi escolhido para a sua peça? quais foram os principais motivos da escolha do nome e como eles conversam com o conceito da engenharia?
claudia moreira salles: o nome surgiu com a manipulação de um dos componentes da luminária. um tirante que quando tracionado, é capaz de regular a altura da cúpula. a haste de curva generosa se une a uma corda na qual esferas de madeira são presas; estas, quando habilmente encaixadas em uma peça metálica, admitem quatro posições distintas para a fonte de luz.


Detalhe da parte superior.
Fotografia: Nelson Kon
O nome surgiu com a manipulação de um dos componentes da luminária. um tirante que quando tracionado, é capaz de regular a altura da cúpula.
Detalhe da parte superior.
Fotografia: Nelson Kon
Detalhe da parte superior.
Fotografia: Nelson Kon
lumini: de que forma o conjunto óptico, com grande abertura do facho e controle de ofuscamento, regula e conversa com a luz? como você diria que a peça faz a luz se comportar?
cms: a fonte de luz pelas suas características ópticas, não causa ofuscamento e dependendo da posição em que a cúpula é colocada, proporciona uma iluminação mais íntima ou mais geral.
l: como foi o processo criativo do desenvolvimento da peça? para quem, ou para qual situação, qual cena, idealmente, ela foi criada?
cms: a luminária tirante foi pensada para situações onde os pontos de elétrica estão distantes do local que se quer iluminar. a haste curva tem um longo alcance. a idéia foi fazer uma haste vertical sobre a qual se equilibrava outra curva com a fonte de luz na extremidade.
Detalhe da parte superior.
Fotografia: Nelson Kon
l: qual é um detalhe que você apontaria como o maior diferencial ou inovação da peça, algo que a maioria das pessoas não perceberiam?
cms: os detalhes marcantes seriam a curva generosa da haste superior, o tirante de corda com as esferas de madeira e o conector metálico que mantém o tirante na posição escolhida.
l: a parceria com a lumini já conta com a criação de outras diversas peças como a luminária “cavaled”, “gap”, a família “sintonia fina” e agora a luminária “tirante”. existe algum fio-condutor ou padrão no processo criativo das peças? como elas se diferenciam?
cms: acho que todas as luminárias que desenhei para lumini partiram um desejo de resolver uma demanda. sintonia fina foi uma linha complexa, extremamente artesanal, usando nióbio e madeira maciça. na gap, a demanda foi por um pendente que iluminasse para baixo e para cima. já na cavaled, criamos um híbrido de cavalete e luminária. e tirante descrita nas respostas acima.
todas demandaram um desenvolvimento competente da equipe técnica e da contribuição do fernando prado para unir desenho e produção que junto com gabriel bueno, designer que trabalha comigo, para trazer soluções e ter um produto maduro.


l: e, por fim, como tem sido esse trabalho de desenhar e assinar em conjunto com a lumini?
cms: a lumini é um caso raro no brasil. empresa onde o design está presente em todas as etapas. o suporte ao designer no desenvolvimento das peças é único não só pela capacidade técnica da equipe, mas pelo entusiasmo e dedicação em todos os níveis.